Não se pode valorar profissões. Todas são
importantes, sendo então impossível construir uma hierarquia. Porém, dentre
aquelas que na contemporaneidade mais atribuímos importância, a de professor
parece ocupar um lugar de destaque. E por uma razão primordial: é aquela que
forma todos os outros profissionais. No entanto, a despeito de sua relevância,
ocupa posição inversa quando verificamos a sua remuneração.
Em sua meta 17, Plano Nacional da Educação (PNE)
menciona que se deve “valorizar os profissionais do magistério das redes
públicas de educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio aos
demais profissionais com escolaridade equivalente”. Apenas o cumprimento desta meta, já seria um
passo significativo no caminho de uma verdadeira valorização da profissão
docente.
Toda a sociedade, e principalmente a parcela que
estudou ou estuda em escolas públicas, precisa tomar consciência da dimensão
dos efeitos que esta baixa remuneração acarreta na qualidade do ensino que
receberam, ou que seus filhos recebem. E aqui se busca ir além da questão
salarial, na direção de um cenário muito mais amplo que perpassa as precárias
condições de trabalho, as múltiplas jornadas e a inviabilidade de uma formação
contínua e substancial.
Como se sabe, o trabalho dos professores
transcende a sala de aula. Neste sentido, luta-se também pelo direito de se ter
um terço da jornada de trabalho reservada para as produções pedagógicas
extraclasse. Ler, estudar, participar de cursos, atender alunos e pais, preparar
aulas, elaborar e corrigir provas e trabalhos, ou mesmo participar das
incontáveis reuniões pedagógicas.
Por tudo isso, quando se trata de qualidade do
ensino, deve-se pensar em ações concretas, imediatas e efetivas, pois assim são
as demandas dos professores em suas vidas cotidianas, típicas de uma sociedade
de consumo. Melhorar salários, regulamentar e ampliar as condições de trabalho,
são ações prementes quando se busca verdadeiramente valorizar os profissionais
da educação básica.
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