terça-feira, 15 de setembro de 2015

De que lado?




Nesses dias de agitação política que vivemos assistimos a um acirramento dos pertencimentos ideológicos, motivados pela maneira como cada um de nós enxerga o mundo. De maneira geral, denominamos as duas formas extremas e por vezes opostas de conceber a política, como esquerda e direita.
A denominação de esquerda é uma referência ao partido Jacobino, que na Revolução Francesa defendia ideais de igualdade e liberdade e sentava-se à esquerda na Assembleia. Ela está historicamente vinculada a movimentos revolucionários que preconizam forte centralização política, economia altamente planificada, coletivização dos meios de produção, costumam abraçar a liberdade de escolha em assunto pessoais, mas tentem em apoiar o controle significativo do governo sobre a economia.
Já um posicionamento à direita tende a favorecer a liberdade econômica, opondo-se ao controle excessivo aos negócios por parte do governo. São afeitos ao chamado Estado “mínimo” restrito às ações civis e à forte aplicação da lei. São favoráveis à uma economia de livre mercado, a um exército forte e a ações do governo para defender a moralidade e a estrutura familiar tradicional.
Independentemente das motivações e das paixões ideológicas, é necessário, em política, não perder de vista uma questão moral fundamental: o bem comum. Este pode se dar, em tese, pelas vias de um Estado planificado, com ênfase em políticas socializantes, intervencionistas e compensatórias das desigualdades sociais agudas; ou mesmo pelo viés de um Estado mínimo, que defende a sua não intervenção em políticas sociais, onde seu fomento e sua regulamentação se dê de maneira espontânea e de livre mercado.
Seja pela direita ou pela esquerda, o que deve estar em discussão não é uma perspectiva maniqueísta e perversa que contrapõe o bem e o mal, mas sim uma espécie de contraste ou contraposição de ideias e de concepções a respeito do mundo e da sociedade onde o fim é o mesmo. Suas diferenças estão, ou pelo menos deveriam estar, em seus meios e não em seus fins. Por caminhos diferentes, por um lado ou por outro, a política é um campo do conhecimento que estuda as relações de poder, cuja preocupação primordial é como estabelecer, independentemente do caminho tomado, uma sociedade mais justa.

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