Nesses dias
de agitação política que vivemos assistimos a um acirramento dos pertencimentos
ideológicos, motivados pela maneira como cada um de nós enxerga o mundo. De
maneira geral, denominamos as duas formas extremas e por vezes opostas de conceber
a política, como esquerda e direita.
A denominação
de esquerda é uma referência ao partido Jacobino, que na Revolução Francesa
defendia ideais de igualdade e liberdade e sentava-se à esquerda na Assembleia.
Ela está historicamente vinculada a movimentos revolucionários que preconizam
forte centralização política, economia altamente planificada, coletivização dos
meios de produção, costumam abraçar a liberdade de escolha em assunto pessoais,
mas tentem em apoiar o controle significativo do governo sobre a economia.
Já um
posicionamento à direita tende a favorecer a liberdade econômica, opondo-se ao controle
excessivo aos negócios por parte do governo. São afeitos ao chamado Estado
“mínimo” restrito às ações civis e à forte aplicação da lei. São favoráveis à
uma economia de livre mercado, a um exército forte e a ações do governo para
defender a moralidade e a estrutura familiar tradicional.
Independentemente
das motivações e das paixões ideológicas, é necessário, em política, não perder
de vista uma questão moral fundamental: o bem comum. Este pode se dar, em tese,
pelas vias de um Estado planificado, com ênfase em políticas socializantes,
intervencionistas e compensatórias das desigualdades sociais agudas; ou mesmo pelo
viés de um Estado mínimo, que defende a sua não intervenção em políticas
sociais, onde seu fomento e sua regulamentação se dê de maneira espontânea e de
livre mercado.
Seja pela
direita ou pela esquerda, o que deve estar em discussão não é uma perspectiva
maniqueísta e perversa que contrapõe o bem e o mal, mas sim uma espécie de
contraste ou contraposição de ideias e de concepções a respeito do mundo e da
sociedade onde o fim é o mesmo. Suas diferenças estão, ou pelo menos deveriam
estar, em seus meios e não em seus fins. Por caminhos diferentes, por um lado
ou por outro, a política é um campo do conhecimento que estuda as relações de
poder, cuja preocupação primordial é como estabelecer, independentemente do
caminho tomado, uma sociedade mais justa.
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