1)Há muito pouca relação entre o tráfico de drogas (em especial a maconha) e o seu uso doméstico, ou mesmo o seu cultivo parra próprio uso. Dessa forma, não vejo que a descriminalização debatida no Senado impactará sobre o tráfico de drogas.
2)Certamente há muita desinformação sobre o consumo da maconha. Isso também está ligado a um imenso tabu de ordem cultural e religiosa de sociedades como a brasileira. O álcool e o tabaco tem seu uso e consumo regulado pela lei, portanto institucionalizado, mas estão altamente ligados a índices de doenças, acidentes e mortes; enquanto que a maconha não possui o mesmo poder de causar dependência ou sequer de consequências prejudiciais aos consumidores ou à sociedade.
3)Sim, ao criminalizar a maconha se está criminalizando, discriminadamente pessoas pobres, em sua maioria de pele escura. Drogas mais pesadas e mais caras que interessam muito aos mais ricos, como cocaína e ecstasy, tem uma muito maior complacência por parte dos órgãos repressores, Estado e polícia.
4)Penso que a descriminalização não diminuirá o preconceito; porém, pelo menos, retirará a pecha de "criminoso" ou de "contraventor" do usuário ou mesmo do dependente (que é um doente e não um "drogado"). Isso já é um avanço.
5)Sim, pautas como essa emperram nas instâncias decisórias pois mexem com tabus profundos da sociedade; temas delicados que exigem posicionamentos que poderão colocar os parlamentares em situações indesejadas, sobre as quais preferem não se posicionar sob pena de perder capital eleitoral.
6)Quanto às políticas públicas elas poderiam auxiliar no enfrentamento do problema. Mas o primeiro passo é decidir, como sociedade, que o consumo existe, que ele não é tão maléfico quanto se acredita, que seu tratamento pelo estado pode trazer benefícios para toda a sociedade. Depois disso, se poderá ampliar as estratégias para controle e fomento do cultivo, bem como as políticas de tratamento e auxílio para aqueles que tem problemas com seu consumo.
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