Matéria no Jornal Diário de Santa Maria sobre o pacote do governador Sartori.
Questão 1: Sindicatos e deputados falam que o pacote é severo
e que penaliza os servidores do
Executivo. Minha pergunta é: qual plano B caberia ao Estado?
Questão 2: Além disso, queria uma abordagem com uma leitura
política sobre a guinada do Estado para uma política mais à direita.
Abaixo, para uma ampliação da leitura, segue o texto enviado, na
íntegra, e a matéria do publicada.
...procurarei ser breve e atender suas questões.
1. Em primeiro lugar, não é uma questão de planos a e b, mas este é
o Plano que o governo "quer" aprovar. É politicamente vantajoso para
o governo, para as forças políticas que o elegeram, aprovar estas medidas. Para
isso, irá barganhar na Assembleia. A crise aguda existe (nas finanças), porém
estas medidas não são a solução para elas, mas sim a saída política que melhor
assegura vantagens às forças que estão no Governo. Este governo penalizou mais
severamente o Executivo, pois sabe muito bem o custo político de se indispor
com o Judiciário e com o Legislativo. Categorias historicamente enfraquecidas e
desarticuladas (professores, policiais civis, brigadianos) são os que já vem
mais de perto sentindo os achaques da caneta de um Governador sem compromissos
com suas pautas. Se diz muito que o Governo não tem Projeto, mas isto é uma
falácia, é óbvio que há projeto: um Projeto de governo articulado com setores
conservadores de economia dependente do setor privado, cujo foco é o público a
serviço do privado e não seu oposto (que seria uma economia articulada
público X privado trazendo ampliação de melhores condições sociais. Um verdadeiro
"Plano A", neste sentido seria adotar mais severidade no combate à
sonegação (sobretudo das grandes empresas, empreiteiras, transportes, que
trariam mais receita; rever benefícios fiscais a empresas estrangeiras; rever
salários e benefícios dos poderes judiciário e legislativo; rever a estrutura
da dívida pública com o governo federal, que gasta perto da metade do que
arrecada com pagamento a bancos e financiadoras privadas). Enfim, este pacote
não é a saída para nenhuma crise, mas a entrada das estratégias do Estado em um
viés de política neoliberal....
