Neste dia
23 de outubro celebra-se o Dia Mundial de Luta Contra a Patologização da
Transexualidade. Desde o ano de 1990, a homossexualidade deixou de ser
considerada uma doença no Código Internacional de Doenças (o CID); e a luta
agora, é para que também esta condição de gênero e da sexualidade não seja mais
considerada uma patologia.
A
transexualidade é uma questão de identidade, não é uma benção nem uma maldição,
e não pode ser confundida com a orientação sexual. Os homens e mulheres
transexuais são pessoas que nascem com um determinado aparato biológico, mas que
no entanto, assumem socialmente uma identidade de gênero diferente daquela que
lhes foi atribuída pelo nascimento. Se o sexo é determinado biologicamente, o gênero
é uma questão de afirmação social. O que importa, na verdade, na definição do
que é ser homem ou mulher, não são somente os cromossomos ou a conformação
genital, mas muito mais a auto percepção e a forma como cada pessoa se expressa
socialmente.
É bem
verdade que atualmente não é possível saber por que alguém é transexual. Embora
existam várias teorias, é possível acreditar que existam causas biológicas e também
sociais na conformação destas identidades. A transexualidade está relacionada
ao fato de determinadas pessoas sentirem que seus corpos não estão adequados à
forma como pensam e se sentem, e querem corrigir isso adequando seus corpos ao
seu estado psíquico. Isso pode se dar de várias formas, desde tratamentos hormonais
até procedimentos cirúrgicos, embora a cirurgia seja apenas um detalhe na
afirmação da transexualidade.
Por esta
série de razões, é possível acreditar que a não patologização da
transexualidade pode configurar um passo significativo na conquista de uma
cidadania plural e equânime. Como afirma a Bióloga Joan Roughgarden – uma
grande conquista neste sentido será o fato de que quando uma pessoa se assumir
transexual não mais seja uma razão de luto para ela, os familiares e amigos,
mas de enorme alegria, quem sabe com direito a uma festa, no sentido da pessoa
estar se encontrando, em uma espécie de segundo nascimento. Seguramente o nascimento
de um mundo mais tolerante, inclusivo e verdadeiramente humano.
Publicado no Jornal Diário de Santa Maria no dia 24/10/2014.
Editado e republicado na versão digital do jornal em 02/08/2017 disponível em https://diariosm.com.br/transexualidade-na-novela-1.2005511
Editado e republicado na versão digital do jornal em 02/08/2017 disponível em https://diariosm.com.br/transexualidade-na-novela-1.2005511
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