No último domingo elegemos pelo voto direto, aquele que
será o governante máximo da nação. Este governante, de acordo com a democracia
representativa, é quem tem a função de expressar e dar voz à sociedade que o
elegeu. Assim, ele sintetiza e condensa tudo que somos ou pensamos ser, nossas
formas de agir, pensar e sentir, como indivíduos ou como sociedade. No limite,
deve soar como um de nós!

Nosso trânsito é a expressão do quanto somos violentos, corruptos
e agimos de forma persistente e contumaz ao arrepio da lei. Somos o quinto país
em mortes no trânsito no mundo. Só no último ano foi perto de 50 mil mortes,
130 vidas por dia, equivale à queda de um Boeing por dia. Segundo a PRF as
principais causas das mortes no último ano são falta de atenção, velocidade
incompatível, ingestão de álcool, desobediência à sinalização, ultrapassagens
indevidas. Ou seja, não respeitamos a nós nem aos outros, não damos valor nem à
própria vida!
Portanto, de fato elegemos um sujeito e um projeto de país
que é nosso próprio reflexo como sociedade. Nas palavras do historiador David
Duke, ligado à organização supremacista estadunidense Ku Klux Klan, o nosso
futuro chefe da nação soa como um deles, estadunidenses; mas isso porque ele
não conhece a nossa sociedade brasileira; se conhecesse, então saberia que suas
palavras também fazem muito sentido por aqui, pois ele soa, muito mais, como um
de nós!
Publicado no dia 31 de outubro de 2018 no Jornal Diário de Santa Maria
https://diariosm.com.br/colunistas/sociedade/ele-soa-como-n%C3%B3s-1.2104708
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